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Utilização da Luz Ultravioleta na Desinfecção de Maçãs

Informe Técnico - EMBRAPA/CNPVU
Rosa Maria Valdebenito Sanhueza (Engenheiro-Agrônomo, PhD)
Leonardo R. Maia (Engenheiro.-Agrônomo)

A estocagem é uma das etapas mais importantes do processo de produção de alimentos, principalmente quando se trata de produtos como frutas e legumes frescos, pois permite ampliar o período de comercialização do produto. Estratégias como a frigorificação são utilizadas para retardar o apodrecimento dos frutos e assim, permitir que eles cheguem íntegros à mesa dos consumidores.

No caso específico de estocagem de maçãs, após o período de frigorificação até o momento da comercialização, a fruta fica exposta a esporos de diversos fungos que podem causar podridões, caso as frutas venham a sofrer algum tipo de ferimento ou machucadura. Um dos principais agentes dessas podridões é “Penicillium expansum”, fungo também conhecido como Mofo Azul, que contamina todos os ambientes onde se trabalha com maçãs.

O que se tem utilizado para o controle das podridões são práticas que diminuam os ferimentos nos frutos e o uso de fungicidas e de desinfectantes. Como método alternativo e complementar àqueles já disponíveis para o controle das podridões causadas por “Penicillium expansum”, foi avaliada pela EMBRAPA/CNPUV, na Estação Experimental de Vacaria, a viabilidade de uso de luz ultravioleta (UV) de baixo comprimento de onda (253,7 nm). Esse tipo de luz é utilizada rotineiramente no Brasil, e em outros países, na preservação e industrialização de alimentos. Também é usada em hospitais na esterilização de ambientes.

Conforme relato técnico da EMBRAPA no seu experimento, as lâmpadas geradoras da luz UV foram instaladas no túnel de secagem das frutas, localizado na linha de seleção das maçãs. Foi verificado que maçãs Fuji, com alta contaminação do fungo “Penicillium expansum”, quando tratadas com luz UV apresentaram redução de 32 a 70%, na incidência de podridões causadas por este patógeno, além de diminuir a população do mesmo na superfície da fruta em níveis superiores a 90%.

No tipo Fuji, as podridões de frutos causadas por “Penicillium expansum” que ocorrem após a seleção podem atingir níveis de 3 a 40%. Estes danos acarretam grande perda econômica para o produtor, pois comprometem o investimento realizado na produção, conservação e embalagem do produto. Assim, a incorporação desta tecnologia ao manejo de pós-colheita de maçãs é de alto interesse, seja pela eficiência demonstrada no controle da doença, seja por não apresentar efeitos radioativos ou até por não deixar resíduos na fruta tratada.

É importante ressaltar que as lâmpadas de luz UV devem ser colocadas em local fechado, ou protegido por vidros, de modo a não possibilitar o contato direto com os operadores